tag:blogger.com,1999:blog-43072919731398706952024-02-20T10:56:20.083-08:00Reflexões sobre o jornalismo 2.0Juliano Araújohttp://www.blogger.com/profile/09839000506229653078noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-4307291973139870695.post-86688605389682579712009-05-10T09:02:00.000-07:002009-05-10T09:07:55.984-07:00Da Web 1.0 à Web 2.0: do sujeito “receptor” ao sujeito “produtor” de conteúdos<em>“A internet é um meio de comunicação que permite, pela primeira vez, a comunicação de muitos com muitos, num momento escolhido, em escala global. Assim como a difusão da máquina impressora no Ocidente criou o que McLuhan chamou de a ‘Galáxia de Gutenberg’, ingressamos agora num novo mundo de comunicação: a Galáxia da Internet”.</em><br />Castells (2001, p. 8)<a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4307291973139870695#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a><br /><br />O objetivo deste texto é apresentar uma breve reflexão sobre a Web 1.0 e Web 2.0, comparando-as e, sobretudo, destacando as mudanças que ambas provocaram no comportamento dos usuários da internet. Para tanto, inicialmente, apresentaremos, respectivamente, as principais características da Web 1.0 e da Web 2.0, contextualizando-as historicamente, para, então, compreendermos de que forma internet influencia a cada dia nossas vidas, gerando, inclusive, novos hábitos e formas de sociabilidade.<br /><br /><br />No final do século XX, três processos, até então independentes, uniram-se para inaugurar uma nova estrutura social que tem a internet como mola propulsora de todas as transformações que vivenciamos atualmente. O primeiro deles trata das exigências da economia por flexibilidade administrativa e globalização do capital, da produção e do comércio. O segundo refere-se às demandas da sociedade, na qual os valores da liberdade individual e da comunicação aberta tornaram-se supremos. O terceiro processo, por sua vez, diz respeito aos extraordinários avanços na computação e nas telecomunicações que foram possibilitados pela revolução microeletrônica<a title="" style="mso-footnote-id: ftn2" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4307291973139870695#_ftn2" name="_ftnref2">[2]</a>.<br /><br /><br />Os três processos descritos acima referem-se à fase da internet denominada de Web 1.0, momento em que a rede surgiu e se consolidou tendo o comércio eletrônico como elemento sustentador e motor de crescimento dos negócios. Dito de outro modo, nesta fase “a troca de informação por e-mail e instant messangers online foi a atração e o benefício principal da rede para os negócios. A rapidez e a agilidade de comunicação ajudaram não só funcionários, mas também clientes e fornecedores. As empresas aprenderam a usar a internet para expandir seus negócios”<a title="" style="mso-footnote-id: ftn3" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4307291973139870695#_ftn3" name="_ftnref3">[3]</a>.<br /><br /><br />Em 2004 surge o termo Web 2.0 para denominar um novo momento histórico da internet: agora, não é o sujeito enquanto “receptor” que interessa, mas sim o sujeito enquanto “produtor” de conteúdos. Ou seja, superado o momento anterior, em que o comércio eletrônico foi o foco principal da internet, agora as empresas do setor descobrem e passam a valorizar o papel dos usuários na rede mundial de computadores, entendendo-os como importante fonte de informação, na medida em que criam, compartilham e opinam. Exemplos da Web 2.0 podem ser vistos com os sites da enciclopédia virtual Wikipédia produzida por colaboradores voluntários, a página do YouTube, onde qualquer internauta pode publicar vídeos amadores, ou os sites de relacionamentos como o Orkut, MySpace, dentre outros.<br /><br />Nesse contexto, foram sob tais condições que as Novas Tecnologias da Comunicação e Informação (NTCI) ocuparam um lugar privilegiado em nosso cotidiano nos últimos anos do segundo milênio, possibilitando-nos experienciar a instantaneidade da difusão de informação. Castells, por exemplo, defende que “a internet é o tecido de nossas vidas neste momento”, sendo “um meio de comunicação, de interação e de organização social”<a title="" style="mso-footnote-id: ftn4" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4307291973139870695#_ftn4" name="_ftnref4">[4]</a>. Um cidadão de qualquer parte do mundo, tendo um micro conectado à internet, é um potencial produtor de conteúdos. A rede mundial de computadores está cada vez mais presente em nosso dia a dia, instaurando conosco novos tipos de contato e configurando novos modos de presença. Ou seja, não estamos mais “isolados” em nossos lares e podemos nos deslocar no espaço e tempo para qualquer lugar do planeta e fora dele através da internet.<br /><br /><br />A internet e, em especial a fase Web 2.0, configura-se, a nosso ver, como um produto cultural de grande potencialidade, visto que permite interconectar e canalizar a informação, criando redes comunicacionais que nos possibilitam ter em um único suporte conteúdos em áudio, foto, texto e vídeo postados pelos receptores. O grande avanço da Web 2.0 é, dessa forma, o fato do usuário ter mais poder<a title="" style="mso-footnote-id: ftn5" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4307291973139870695#_ftn5" name="_ftnref5">[5]</a>. “Ele agora é peça-chave na geração de conteúdo, pode remixar o conteúdo gerado por outros usuários, pode classificar informações como quiser, pode interagir com interfaces mais inteligentes e etc”<a title="" style="mso-footnote-id: ftn6" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4307291973139870695#_ftn6" name="_ftnref6">[6]</a>.<br /><br /><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4307291973139870695#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.<br /><a title="" style="mso-footnote-id: ftn2" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4307291973139870695#_ftnref2" name="_ftn2">[2]</a> CASTELLS, M. Op. cit., p. 8.<br /><a title="" style="mso-footnote-id: ftn3" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4307291973139870695#_ftnref3" name="_ftn3">[3]</a> http://espig.blogspot.com/2007/10/web-20-mdulo-2-o-legado-da-web-10-e-as.html<br /><a title="" style="mso-footnote-id: ftn4" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4307291973139870695#_ftnref4" name="_ftn4">[4]</a> CASTELLS, M. “Internet e sociedade em rede”. In: MORAES, D. (Org.). Por uma outra comunicação: mídia, mundialização cultural e poder. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2003, p. 255.<br /><a title="" style="mso-footnote-id: ftn5" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4307291973139870695#_ftnref5" name="_ftn5">[5]</a> Outro ponto que merece destaque quando nos referimos à internet é, segundo Poster (In: MORAES, 2003, p. 330), sua capacidade de organizar e mobilizar determinados públicos, dando visibilidade às suas ações. O autor cita, dentre outros exemplos, as ações do Movimento Zapatista no México e as manifestações em Seattle no início de 2000 contra a Organização Mundial do Comércio e o Banco Mundial.<br /><a title="" style="mso-footnote-id: ftn6" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4307291973139870695#_ftnref6" name="_ftn6">[6]</a> http://usabilidoido.com.br/web_20_no_brasil.htmlJuliano Araújohttp://www.blogger.com/profile/09839000506229653078noreply@blogger.com0